“Precisamos de uma vaga para salvar a vida do meu filho. Estamos desesperados”, diz Gilberto Oliveira dos Santos, pai de Willian Rafael Pinheiros dos Santos, de 12 anos, que está internado na UTI do Hospital Regional de Assis aguardando uma vaga para a Unidade de Tratamento de Queimados, no Hospital Estadual de Bauru.

Willian está lutando contra uma das síndromes mais raras e devastadoras, a Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e Necrólise Epidérmica Tóxica (NET), que causa graves lesões por todo o corpo, deixando-o em estado de carne viva.

De acordo com seu pai, ele está em estado crítico e precisa da ajuda de todos que puderem, para conseguir transferir seu filho hoje, 14, até às 21 horas, devido a uma decisão judicial.

“É um caso de extrema urgência. Após um intenso esforço, a Justiça concedeu uma decisão favorável, determinando a transferência imediata de Willian para uma Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) no Hospital Estadual de Bauru/SP, onde ele poderá receber o tratamento adequado. No entanto, o Secretário da Saúde de Assis e a Prefeitura têm apresentado resistência quanto à efetivação dessa transferência, apesar da gravidade do caso e da determinação judicial que exige que ela seja realizada em 24 horas”, diz.

“Ele teve febre, pode pegar uma infecção hospitalar. Meu filho pode morrer e estamos de mãos atadas. Ele está com bolhas em todo o corpo. Ele é autista, não tinha nada, esta síndrome surgiu após um erro de medicação. Um médico em Cândido Mota receitou esta medicação e desde então meu filho não abre mais o olho e sua pele está na carne viva. Sua mãe não sabe o que fazer. Precisamos pressionar estas autoridades. É inaceitável que, diante de uma ordem judicial clara e de um caso com risco iminente de morte, as autoridades locais ainda estejam resistindo a tomar as providências necessárias”, afirma.

Segundo o advogado da família, Lucas Alécio, Willian está internado em estado grave na UTI do Hospital Regional de Assis, desde o dia 11 de outubro e aguarda vaga, via sistema CROSS, para internação em Unidade de Tratamento de Queimaduras.

“Inicialmente a vaga poderia ser para qualquer lugar, mas a situação se agravou e até o momento sem notícias de vaga disponível. Soube da situação no dia 12 e passamos a madrugada trabalhando no mandado de segurança que foi protocolado no plantão judiciário de Assis 26ª C.J. - Assis, juiz plantonista Arnaldo Luiz Zasso Valderrama. Todo o judiciário agiu rapidamente, inclusive com manifestação favorável do Ministério Público, conseguimos uma decisão liminar determinando a transferência do menor. O mandado de segurança foi impetrado contra a Fazenda Pública Estadual, a Prefeitura do Município de Assis e contra o Secretário da Saúde do Município de Assis. Todos eles são responsáveis pela situação e devem cumprir a determinação judicial”, explica.

O advogado acrescenta que o adolescente é morador de Cândido Mota, porém está internado no Hospital Regional de Assis, sendo que os coatores, portanto, é a Fazenda Pública Estadual, Prefeitura do Município de Assis e os Secretário da Saúde de Assis.

“Agora a determinação é que seja transferido para o Hospital Estadual de Bauru na referida UTQ. Caso contrário, haverá majoração da multa e obrigação de pagamento em hospital particular. A saúde é um direito de todos, e juntos podemos exigir que as autoridades cumpram sua responsabilidade. Willian precisa receber o tratamento que pode salvar sua vida. Esta síndrome é muito dolorida, ela não afeta apenas a pele, afeta o pulmão, canal da urina, garganta, boca, enfim imagina a situação que este menino está. Ele precisa ser tratado em um local especializado, pois o tratamento é similar a queimados”, finaliza.

Até o fechamento da matéria não conseguimos contato com o Secretário Municipal da Saúde, Almir Moreno.

O Hospital Regional de Assis, por uma medida de praxe, não pode passar informações, exceto via Assessoria de imprensa.