Jovem denuncia Unesp de Assis por bullying e preconceito
A faculdade informa que o assunto já foi tratado no Processo Administrativo Disciplinar.
O universitário, Davi César de Souza, de 21 anos, procurou o portal Abordagem Notícias para denunciar o bullying e preconceito que viveu nestes últimos meses, na Unesp de Assis.
De acordo com ele, que foi desligado do 2° ano de Licenciatura em Letras Português/Inglês da Faculdade de Ciências e Letras, UNESP - Campus Assis, o processo foi totalmente parcial e há 30 dias para recorrer.
“Desde setembro do ano passado venho sofrendo bullying e preconceito, então entrei em contato com a diretoria da universidade, e a mesma solicitou que fosse aberto um processo para ser averiguado, que tem o número 312/2024, que foi julgado junto com a questão de eu ter discutido com alguns alunos da minha sala. Me afastaram por quatro vezes, por 60 dias, e a direção se mostrou conivente com tais atos e agiu parcialmente, fazendo pressão acadêmica, tortura psicológica em meus exercícios domiciliares, além do preconceito por eu ser ex-aluno do Cedet, de meus pais entregarem panfletos e não terem diploma”, diz.
Segundo o estudante, seus projetos de pesquisa, acesso aos professores, livros e palestras foram cortados. “Após quatro afastamentos, de 60 dias, nunca mais pude entrar na faculdade. A última vez foi no dia 11 de abril. Fizeram falsas acusações dizendo que tenho distúrbios sociais e psicológicos, quebraram o sigilo da assistência social e da psicologia, que eu fazia terapia lá dentro. Além de serem omissos, só puniram um aluno dos dez envolvidos que já estavam cometendo bullying. Eu ia de bota na faculdade e faziam chacota com minha cultura sertaneja e o cosplay, dizendo que vivia fantasiando as coisas. Me chamaram de branquelo mimado, me isolaram socialmente, falaram que precisava ir para o CAPS, terapia e me chamavam de louco”, relembra.
Davi conta que tudo isso está prejudicando demais sua vida. “Emagreci cinco quilos, estou em tratamento psicológico. Eu era um jovem saudável e agora tenho dores, falta de ar, coração disparado, mas está melhorando com o tratamento. Estou apto a voltar, mas não deixam. É muito cômodo para a universidade me deixar afastado e não resolver o problema. Desativaram meu e-mail e não consigo acessar mais textos e nem os professores. Fui desligado em um processo parcial, cheio de vícios, falta de defesa, pois não levaram em conta. Teve prevaricação na questão de algumas ameaças de alunos e o bullying que não foi investigado”, explica.
“E ainda o advogado não pode ouvir a acusação. Só tive acesso ao processo depois que estava correndo. Minhas testemunhas foram coagidas. Sofri um atentado por conta desse processo. Fiquei doente com crises de ansiedade e essa não pode ser a decisão final. Me desligaram no dia 27 de setembro, só que nem me avisaram oficialmente, só fiquei sabendo no dia 1 de outubro que saiu no Diário Oficial. Precisaremos de ajuda para pagar o advogado. Já está num total de R$ 6 mil e não temos condições. Tenho 30 dias para recorrer”, comenta esperançoso.
Em resposta, A Faculdade de Ciências e Letras informa que o assunto já foi tratado no Processo Administrativo Disciplinar, garantindo amplo direito de defesa e contraditório que culminaram no desligamento de Davi César de Souza, e que, demais informações e motivações não serão expostas, já que envolvem situações que também estão sendo investigadas pela Delegacia de Polícia.
Davi com seus pais.
Estante de livros do Davi, que escolheu o curso de Letras, por amar a literatura.
Fonte: Redação - Foto: arquivo pessoal
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