Viúva e cúmplice são julgados pelo assassinato de fazendeiro em Iepê nesta terça-feira (17)
O executor do crime, um policial, se matou com um tiro na cabeça.
Na manhã desta terça-feira, 17 de setembro, teve início no Fórum da Comarca de Presidente Prudente o aguardado julgamento de Elisângela Silva Paião e Fabrício Severino Gomes Merilis, acusados de participação no assassinato do agricultor Ailton Braz Paião, marido de Elisângela. O crime, que abalou a comunidade, aconteceu em 21 de setembro de 2022, em uma emboscada premeditada e executada na zona rural de Iepê. Ambos os réus estão presos.
Segundo a acusação, Elisângela mantinha um relacionamento extraconjugal com o policial militar, Marcos Francisco do Nascimento. Com medo de ficar desamparada financeiramente em caso de divórcio, ela, juntamente com Marcos, teria planejado a morte do marido. Para isso, utilizaram informações de uma jovem, filha de uma prima de Elisângela, que foram repassadas a Marcos para criar um perfil falso no WhatsApp.
A emboscada
A partir do perfil falso da jovem, Marcos começou a enviar mensagens para Ailton, simulando o interesse da jovem em um caso extraconjugal. Durante as trocas de mensagens, foram encaminhadas imagens e conversas de teor sexual, com o intuito de atrair o agricultor para uma armadilha. Vários encontros foram marcados e desmarcados para fortalecer a confiança de Ailton e facilitar o ataque.
No dia do crime, utilizando o mesmo perfil falso, a suposta jovem (na verdade, o policial) pediu carona a Ailton, alegando problemas mecânicos no veículo que conduzia e estaria parado em determinado local. O agricultor seguiu as instruções e foi até a Rodovia SP 421, onde foi surpreendido por Marcos e Fabrício, que estavam escondidos em um Ford Escort azul, aguardando o momento oportuno para atacar.
O ataque
Assim que Ailton desembarcou de sua camionete L200, foi brutalmente atacado por Marcos e Fabrício. Eles desferiram uma facada nas costas do agricultor e efetuaram quatro disparos de arma de fogo contra sua cabeça. Acreditando que ele estava morto, os dois criminosos fugiram com a camionete de Ailton, na tentativa de simular um crime de roubo.
Porém, em uma reviravolta inesperada, Ailton sobreviveu ao ataque. Mesmo gravemente ferido, ele conseguiu pedir ajuda a uma pessoa que passava pela estrada. O agricultor foi socorrido e levado ao hospital, onde, consciente, forneceu à polícia informações detalhadas sobre o ataque, incluindo a descrição do veículo utilizado pelos criminosos.
A tragédia no hospital
Três dias após o ataque, enquanto Ailton estava internado na Santa Casa de Presidente Prudente, Marcos Francisco entrou no hospital alegando ser policial e dizendo que precisava conversar com a vítima. Ele conseguiu chegar ao quarto onde Ailton estava se recuperando e, após uma breve conversa com a irmã do agricultor, que saiu do quarto, sacou uma arma e disparou contra Ailton, matando-o. Logo em seguida, Marcos tirou a própria vida com um tiro na cabeça, no mesmo local.
O julgamento
Elisângela e Fabrício enfrentam acusações de tentativa de homicídio qualificado e homicídio consumado, com agravantes de dissimulação e motivo torpe. A acusação, representada pelo promotor, Leandro Santos Chaves, argumenta que o crime foi cuidadosamente planejado e executado, utilizando um romance fictício para atrair a vítima para a emboscada. O objetivo de Elisângela seria garantir a herança de Ailton, evitando assim uma separação que poderia deixá-la financeiramente vulnerável.
A defesa de Elisângela é feita por Helder Francelino Soares; a de de Fabrício, composta pelos advogados Marcos Vinicius Alves da Silva e Laerte Henrique Vanzella Pereira, que alegaram no processo, e informaram à reportagem Abordagem Notícias, que não há provas suficientes que vinculem seu cliente diretamente ao crime e pede sua impronúncia. Já a defesa de Elisângela argumenta que Marcos agiu sozinho e que Elisângela não teve participação direta na execução do plano.
O júri é presidido pela juíza Marcela Papa Paes e, ao longo do julgamento, novas provas e testemunhos poderão ser apresentados. O desfecho deste caso trágico, que envolve traição, violência e morte, está sendo acompanhado de perto pela comunidade de Iepê, onde todos eram muito conhecidos, com grande expectativa em relação à decisão final do júri.
Nota Oficial passada ao portal Abordagem
ALVES & VANZELLA ADVOGADOS ASSOCIADOS
Nós, do Alves & Vanzella Advogados Associados, defensores do Sr. Fabrício Severino Gomes Merilis, cientificamos a todos que, em Sessão Tribuna, marcada para o dia 17 (dezessete) de setembro, com início às 9h, na Cidade e Comarca de Presidente Prudente, no Estado de São Paulo, o Sr. Fabrício prestará interrogatório presencialmente, utilizando-se de roupas civis, e a defesa buscará a não utilização de algemas, visando enfatizar a imparcialidade do momento. A defesa técnica irá buscar demonstrar ao Douto Conselho de Sentença, a ser sorteado, a inocência do Sr. Fabrício Severino Gomes Merilis. Afinal, em nenhuma das sete fases do "iter criminis", seja na fase interna (cogitação) ou externa (preparação, execução e conclusão), o nome dele aparece de forma consistente, ou seja, aparece apenas uma única vez. Nosso objetivo é demonstrar aos Juízes do fato a não responsabilidade penal de nosso cliente em relação à ação catastrófica que vitimou o Sr. Ailton Braz Paião.
Acreditamos que, dessa forma, será feito um juízo com equidade.
Assis, 12 de setembro de 2024.
Atenciosamente,
Alves & Vanzella Advogados Associados
Pós. Dr. Marcos Vinicius Alves da Silva OAB-SP n° 479.016
Pós. Dr. Laerte Henrique Vanzella Pereira OAB-SP n° 442.982
A reportagem será atualizada com o veredicto do júri. Cabe ressaltar que as informações são com base na sentença de pronúncia.
Nota - Permitida a reprodução, desde que citada a fonte, com o link da reportagem
Fonte: Redação- Permitida a reprodução, desde que citada a fonte, com o link da reportagem.
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