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JUSTIÇA • 20/10/2024 às 21:47

Padrasto é condenado a 8 anos pelo assassinato da enteada, em Assis

Mesmo sentenciado, Edson de Oliveira permanecerá em liberdade enquanto defesa recorre da decisão.

Padrasto é condenado a 8 anos pelo assassinato da enteada, em Assis

Em um júri popular realizado na quarta-feira, 11 de setembro, e acompanhado integralmente pela redação Abordagem Notícias, Edson de Oliveira, de 50 anos, foi condenado a oito anos de prisão pelo assassinato de sua enteada, Ana Carolina da Silva Montolezzi, de 17 anos. O crime, ocorrido na noite de 24 de agosto de 2018, chocou a cidade de Assis. Edson atirou na testa da jovem dentro de sua própria casa. Após o disparo, ele escondeu a arma na casa de um tio e fugiu, sendo capturado pouco depois, no anel viário de Cândido Mota, enquanto se dirigia ao seu rancho em Porto Almeida.

Apesar da condenação, Edson não será preso imediatamente, pois a defesa anunciou à reportagem que irá recorrer da sentença, na tentativa de reduzi-la para seis anos.

O julgamento foi presidido pelo juiz Bruno César Giovanini Garcia, da Vara Criminal de Assis. A defesa ficou a cargo dos advogados Alexandre Valverde e Marina Helou Giraldeli Toni, enquanto a acusação foi conduzida pelo promotor do Ministério Público, Fernando Fernandes Fraga. O júri, composto por quatro homens e três mulheres, começou às 10h da manhã e se estendeu até 1h30 da madrugada de quinta-feira. O plenário, apesar da relevância do caso, esteve com ocupação abaixo da metade da sua capacidade.

Defensores do réu: Alexandre Valverde (ao centro), assistido por Matheus Almeida e Marina Helou Giraldeli Toni (foto Abordagem)

O júri foi marcado por pontos divergentes, que trouxeram complexidade ao caso. Um dos aspectos centrais foi a discussão em torno dos horários das ligações telefônicas feitas na fatídica noite, pela mãe de Ana Carolina, Ana Maria, à filha, e os depoimentos contraditórios de várias testemunhas. Esses detalhes acabaram criando uma atmosfera de incerteza quanto ao resultado do julgamento. Outro ponto polêmico foi a exploração, pela acusação, da imagem do quarto de Ana Carolina, exibida reiteradamente em um telão. A cena mostrava o quarto da jovem em condições precárias, com chão de cimento e desorganização visível. Foi alegado pelo réu que o cômodo estava em reforma. 

A fatídica noite de 24 de agosto de 2018

De acordo com os relatos constantes no processo, na noite do crime, Edson e Ana Maria retornavam da igreja quando notaram que a luz do quarto de Ana Carolina havia se apagado, tão logo a mãe entrou na área.Preocupados, e sem obter resposta após chamá-la três vezes, o homem pegou um revólver calibre .38, acreditando que havia um intruso na casa.

De acordo com o casal, ao abrir a porta do quarto de Ana Carolina, que estava escuro, Edson avistou um vulto (a adolescente) se aproximando e, em um ato relatado como de defesa, disparou, atingindo fatalmente a adolescente na testa. O casal, conforme descrito nos autos do processo, acreditava que a jovem estava na casa do pai naquela noite.

 

Márcio Montolezzi, pai de Ana Carolina: "Justiça feita após seis anos" (foto Abordagem)

Testemunhas importantes foram ouvidas, incluindo o pai da vítima, Márcio, que expressou ao portal Abordagem o alívio com a condenação, relatando seis anos de angústia e espera que a justiça fosse feita. A mãe da jovem, presente no julgamento, e na condição de testemunha, defendeu o marido, assim como os irmãos de Ana Carolina fizeram, reforçando a alegação de que Edson sempre foi um bom pai, o que também foi rebatido por testemunhas da acusação.

Apesar da condenação, a defesa de Edson já anunciou que recorrerá da decisão, o que permite que o réu permaneça em liberdade até que os recursos sejam transitados em julgados.

"A nossa tese principal não foi acolhida pelo ilustre Conselho de Sentença (tese esta referente ao reconhecimento da excludente de culpabilidade descrita pelo art. 20, parágrafo 1º do CP pátrio). Portanto, a defesa não anui com a referida decisão, e tampouco com  a respectiva pena aplicada.  Inclusive, já  interpusemos o recurso de apelo.", relatou Valverde. 
 

 

Fonte: Redação - fotos Abordagem




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