A Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio da Central de Polícia Judiciária de Presidente Venceslau, iniciou na quarta-feira (03) uma nova fase da Operação Vultus, visando desmantelar uma associação criminosa que se dedicava à prática de estelionatos por meio de financiamentos fraudulentos de veículos e lavagem de dinheiro.

As investigações tiveram início em 2023, focalizando uma empresa de revenda de veículos sediada em Presidente Venceslau, que estabelecia contratos com uma financeira de créditos e, posteriormente, enviava várias propostas de financiamento de carros supostamente comercializados pela revenda.

Contudo, pelo menos 11 desses contratos suspeitos foram contestados pelas vítimas, todas mulheres residentes na Região Metropolitana de São Paulo, que afirmaram nunca terem estado em Presidente Venceslau. Além disso, os verdadeiros proprietários dos veículos vendidos não tinham conhecimento de que seus automóveis estavam sendo utilizados em negócios fraudulentos.

As investigações revelaram que, para aprovar os financiamentos, os criminosos utilizavam um ardiloso esquema de reconhecimento facial. Sob pretexto de presentear as vítimas em seus aniversários, entregavam buquês de flores, persuadindo-as a tirar uma selfie durante o momento. Essas selfies, sem o conhecimento das vítimas, eram utilizadas como validação do reconhecimento facial para a liberação dos fundos em favor da revenda. Esse esquema resultou em um ônus financeiro significativo para as mulheres, incluindo prejuízos financeiros com os financiamentos fraudulentos e gravames nos veículos de terceiros, envolvidos sem seu conhecimento.

Na primeira fase da operação, realizada em 26 de outubro de 2023, foram cumpridos nove mandados de busca domiciliar em várias cidades estratégicas, resultando na recuperação de mais de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).

Após uma análise detalhada dos materiais apreendidos, foram identificados outros envolvidos nos golpes e reunidos elementos indicativos de que a associação criminosa tenha vitimado mais de 70 mulheres, todas da Região Metropolitana de São Paulo, e lucrado mais de R$ 7.000.000,00 (sete milhões de reais) com as atividades criminosas.

Em decorrência dessas descobertas, foram decretadas seis prisões preventivas e expedidos 15 mandados de busca e apreensão em endereços associados aos investigados. A operação envolveu 40 policiais civis e nove viaturas do Deinter – 8 Presidente Prudente, além de equipes da Divisão de Capturas do Departamento de Operações Policiais Estratégicas da Capital e das Polícias Civis do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Até o momento da última atualização, quatro mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, com quatro foragidos da justiça. A Polícia Civil continua empenhada em cessar as atividades do grupo criminoso e recuperar os valores obtidos ilicitamente, visando promover a justiça e o ressarcimento das vítimas.