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SANTA CASA
REGIÃO • 18/10/2024 às 22:41

Santa Casa de Palmital entra em greve

A entidade fez o pagamento de 50% do salário do mês de setembro.

Santa Casa de Palmital entra em greve

Funcionários de todos os setores da Santa Casa de Misericórdia de Palmital decidiram entrar em greve para reivindicar benefícios previstos em convenção coletiva e que não foram cumpridos pela entidade, além do pagamento do salário de setembro. A mobilização, comandada pelo Sindicato Único dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Sorocaba e Região (Sinsaúde), foi deflagrada mesmo depois que a entidade fez o pagamento de 50% do salário devido do mês de setembro e o fornecimento de cestas-básicas. 
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Uma assembleia na manhã de ontem, na entrada da Maternidade, decidiu pela greve e os funcionários receberam informações sobre o movimento. A paralisação inclui trabalhadores dos setores de limpeza, cozinha, nutrição, escritório, portaria, técnicos e auxiliares de enfermagem, que representam 90% do total de funcionários da entidade. Mesmo recebendo metade dos salários de setembro, não há previsão de pagamento da outra metade e dos valores referentes a outubro, que devem ser quitados até a próxima semana.
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Segundo o presidente do SindiSaúde, Milton Sanches, a Santa Casa de Palmital não está cumprindo o previsto na convenção coletiva dos trabalhadores, mesmo com a realização de várias negociações e acordos. “Porém, nada foi cumprido”, destacou ele, ressaltando também que, apesar da alegação da falta de repasses da Prefeitura, a entidade é a empregadora e deve ser cobrada de sua responsabilidade. A categoria reivindica o pagamento dos atrasados, a aplicação do reajuste de 9,82% desde maio – a correção do ano passado que não foi aplicada e é cobrada na Justiça -, além de cestas-básicas e outros benefícios, cujo fornecimento havia sido interrompido há vários meses. 
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Sanches disse que a greve busca garantir que os trabalhadores tenham seus direitos respeitados e recebem os benefícios e que é necessário que todos se mantenham mobilizados e motivados para reivindicar seus direitos. O presidente destacou a necessidade de manutenção de 30% dos servidores de cada setor, que devem seguir uma escala elaborada especificamente para o movimento. Os demais deverão comparecer nos dias e horários de suas escalas normais para participar da mobilização e assinar o ponto da greve. 
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O sindicalista explicou que serão realizadas reuniões e avaliações diárias sobre o movimento, que deverá ter concentrações em frente ao Pronto-Socorro Municipal e será acompanhado sempre por um diretor do SindiSaúde. Sanches ressaltou que os trabalhadores não podem sofrer pressão e que o direito de greve é garantido, mesmo com eventuais exigência da chefia imediata ou da diretoria da entidade. Segundo Milton, os funcionários têm direito à dignidade em suas manifestações e que a situação de greve é fruto da administração não ter cumprido os compromissos assumidos. 
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Sanches disse que o SindiSaúde comunicará a greve ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas devido à falta do cumprimento dos acordos entre a categoria e a entidade. Ele enfatizou ainda que a Santa casa é fundamental para a população de Palmital, mas que a diretoria e as autoridades têm de se mexer para a melhoria da situação dos trabalhadores e do hospital, que sofrem com os problemas ocasionados pelo modelo de gestão aplicado na instituição. 
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REPASSES E ADESÃO
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A diretoria da Santa Casa alega que os atrasos nos salários decorrem de repasses irregulares e insuficientes feitos pela Prefeitura, que totalizam cerca de três meses de atraso dos procedimento devidos pelo Serviço Único de Saúde (SUS). De acordo com um diretor, parte foi passada na segunda-feira e permitiu o pagamento de metade dos salários de setembro, além do fornecimento de uma cesta-básica para cada trabalhador. 
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A entidade tem despesas com folhas de pagamento mensal de aproximadamente R$ 180 mil, além do custo de médicos e outros profissionais. A diretoria também não soube estimar qual o porcentual de adesão dos trabalhadores, mas afirmou que a mobilização tem a adesão predominantemente dos no setor hospitalar, pois os trabalhadores da área administrativa permanecem em atividade. 
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POR FALTA DE RETAGUARDA, PRONTO-SOCORRO PODE SER FECHADO

A equipe de médicos especialistas que trabalham na chamada função de “retaguarda” na Santa Casa de Misericórdia de Palmital, e que suspenderam o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) devido à falta de pagamento, pode provocar o fechamento do Pronto-Socorro Municipal. A medida se deve à dificuldade no encaminhamento de casos de urgência e emergência dos usuários da rede pública de saúde, que representa quase a totalidade do fluxo da unidade e que eram atendidos pelos profissionais no próprio hospital. 
Devido aos transtornos verificados nos últimos dias, o médico Eduardo Apolinário de Vasconcellos, diretor do Pronto-Socorro, buscou informações sobre a situação na delegacia regional de Assis do Conselho Regional de Medicina (CRM), que orientou que a administração municipal a fazer o fechamento do PS e divulgar à população os motivos da suspensão devido à falta de profissionais de retaguarda em especialidades na Santa Casa, que não estão fazendo atendimento dos pacientes do SUS. 
Eduardo disse que, desde a segunda-feira da semana passada, quando o atendimento dos médicos foi interrompido, o Pronto-Socorro recebeu vários casos de urgência, como gestantes em situação de risco, pacientes que foram entubados, traumas e cirurgias que necessitaram de remoção para Assis. 
Porém, segundo o diretor do Pronto-Socorro, alguns médicos estão se negando a fazer o atendimento por questões éticas e em solidariedade aos profissionais que atuam em Palmital, que estão em uma mobilização válida para reivindicar o pagamento dos salários atrasados. “Estamos aguardando uma definição da situação para que, caso a paralisação da retaguarda seja mantida, tenhamos a opção de fechar o atendimento no Pronto-Socorro, já que não temos condições de atender plenamente aos pacientes devido à falta de médicos especialistas”, concluiu. 
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MÉDICA DA RETAGUARDA CONTESTA DIREÇÃO DA SANTA CASA
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A equipe médica que presta serviço de retaguarda na Santa Casa de Palmital, representada pela anestesista Elisângela Siviero, contestou informações prestadas pela direção da Santa Casa ao JC. Segundo a médica, o grupo é formado pelos especialistas exigidos para manutenção do Pronto-Socorro e atendimento aos pacientes internados e os valores chegam a cerca de R$ 78 mil mensais, e não R$ 180 mil como foi informado pelo hospital. “A menos que estejam incluindo profissionais do Pronto-Socorro, que é de responsabilidade da Prefeitura”, pondera.
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Ela disse que a paralisação se deve ao não cumprimento de acordo firmado para pagamento de três meses de salários atrasados de 2015, e que se somaram a outros quatro meses de 2016. “Não se trata de greve, mas sim de pedido de demissão coletiva que foi documentada com uma semana de antecedência, em 17 de outubro”, afirmou. Elisângela disse que a equipe está cobrando os valores atrasados na Justiça e que não pode continuar trabalhando sem receber.
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Ela revelou que os médicos não têm vínculo empregatício com a Santa Casa, que prestam serviços como Pessoa Jurídica e são remunerados por plantão, que deve atender 24 horas por dia. Questionada sobre o fato dos médicos terem firmado vínculo de tempo integral com a Santa Casa, que não prevê sequer descanso semanal e muito menos férias, mas que mesmo assim prestam serviços em consultórios particulares e em outros hospitais da região, ela disse que, caso sejam chamados e não possam atender de imediato, os profissionais enviam substitutos para cobrir a ausência. “A Santa Casa não fica sem plantão de qualquer especialidade”, garantiu.
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Elisângela também falou sobre o atendimento particular feito na Santa Casa, para os quais a cobrança é feita diretamente ao paciente. “Os médicos recebem pelo serviço prestado e a Santa Casa cobra pela internação e pelos medicamentos e materiais utilizados”, afirmou, lembrando que qualquer profissional pode fazer acordo com o hospital para atender pacientes particulares e de convênios.
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Segundo a médica, não existe diálogo com o presidente do hospital e os diretores não solucionam os problemas que surgem, pois estão sempre adiando decisões e atribuindo a falta de recursos à Prefeitura. “Não temos vínculo com a Prefeitura, mas sim com a Santa Casa”, afirmou a médica, que não descarta a retomada do atendimento em caso de quitação dos débitos atrasados.


 

Fonte - Jornal da Comarca




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