Ataque a bancos em Capivari foi ação do crime organizado, afirma Alckmin
Três agências, uma cooperativa e uma farmácia foram alvos de criminosos.
fonte-G-1
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (31) que o ataque a três agências bancárias, uma cooperativa de crédito e uma farmácia, na madrugada de sábado (29), foi ação do crime organizado e que já há indícios que podem levar à prisão dos criminosos. Durante a ação, uma quadrilha com cerca de 30 suspeitos, alguns deles armados com fuzis, explodiram os estabelecimentos de forma sincronizada e fugiram com dinheiro.
"Não quero antecipar aqui, mas a área de inteligência da polícia já tem vários indícios para poder prender essas quadrilhas de criminosos. Isso é crime organizado porque envolve armamento pesado, envolve receptadores", disse Alckmin sobre o caso de Capivari. O governador esteve nesta segunda em Jaguariúna (SP).
As três agências bancárias de Capivari, que foram alvo de quadrilha, permaneceram fechadas nesta segunda-feira para investigação da polícia e reparos nos prédios. As unidades ficaram destruídas após o grupo explodir a entrada dos edifícios. Câmeras de segurança registram a ação. Os ladrões estavam armados com fuzis de mira a laser.
O grupo explodiu duas agências do Banco do Brasil, uma do Bradesco. A cooperativa de crédito Sicoob e a farmácia da Unimed, que também foram alvos dos criminosos, abriram nesta segunda. As unidades não informaram quanto dinheiro foi levado e ainda não há um balanço dos prejuízos sofridos.
O G1 entrou em contato com as agências por telefone e e-mail mas não teve retorno de todas. O Banco do Brasil enviou nota oficial e disse que trabalha para restabelecer o atendimento e reparar os danos o mais rápido possível. "O caso está sendo investigado pelas autoridades competentes e o BB não divulga mais informações para não atrapalhar as investigações."
Cenas da ação
As imagens mostram suspeitos chegando a pé a duas agências. Um carro aparece em sequência atravessando a praça e estaciona de ré em frente ao banco. Logo depois, os criminosos correm em direção à praça e na sequência, acontece a primeira explosão. Os ladrões, então, voltam ao banco, pegam o dinheiro e seguem para a segunda agência.
Em uma das gravações do circuito de segurança, há pelo menos seis homens. Um corre para dar cobertura na esquina, armado com um fuzil e os outros entram no banco. Todos parecem estar tranquilos, ficam no meio da rua em volta do carro, sem medo da polícia. Depois de alguns minutos saem do banco e atravessam a praça em direção à terceira agência.
Em outro vídeo, um ladrão armado com um fuzil faz a proteção ao grupo criminoso em uma das esquinas. A dona de casa Idalina da Silva ouviu o barulho dos tiros. "Foi em festival de tiros. Eu moro perto e ficamos todos tremendo dentro de casa", afirmou.
"A explosão foi muito forte. Eu puxei o guarda-roupa e fiquei atrás dele", disse o dentista Diego Andrade. "Foram muitos tiros. A ação foi cinematográfica", disse o aposentado José Pedro Schincariol.
'Não dava para reagir'
O grupo chegou atirando contra as unidades e um carro da Guarda Municipal foi alvejado. Não houve feridos na ação e ninguém foi preso. "Não dava para reagir", disse o secretário de Segurança Pública do município, Ricardo de Souza, secretário de Segurança
Souza explicou como foi a operação. Ele disse que a quadrilha cercou a praça. "Ficaram quatro atiradores mantendo tanto a Polícia Militar quanto a Guarda à distância, atirando. Até alvejaram o carro da corporação para que os soldados e agentes não chegassem perto deles", afirmou.
"Eles tinham armas poderosas e de grosso calibre, com laser verde. A 200 metros de distância, o grupo apontava a arma em nossa direção para nos identificar. Tecnicamente falando, a essa distância, é possível acertar para matar mesmo, para executar quem estiver na mira", disse.
Os moradores da região narraram momentos de terror durante a ação da quadrilha. O decorador Roberto Amaral saiu de casa para ver o que ocorria após ouvir os barulhos das explosões e tiros, ele conta o que viveu. “Quando eu cheguei no coreto, um cara alto apontou o fuzil com infravermelho no peito e falou 'some daqui, banana!', aí eu saí correndo”, relatou.
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