Centenas de fiéis católicos participaram, na noite de quarta-feira (14), da Missa de Cinzas, um sinal público da intenção de morrer aos desejos da carne e viver em Cristo, na Paróquia São Nicolau.

A missa marca o início da Quaresma, um período de 40 dias que antecede a Páscoa cristã. A data é reconhecida pela Igreja como um período de reflexão e devoção marcado por silêncio, oração, penitência e caridade.

Durante a celebração o padre e seus ministros abençoaram cada um colocando um pouquinho de cinzas sobre a cabeça e dizendo “Convertei-vos e crede no Evangelho” um lembrete da necessidade cristã de mudança de vida, de abrir mão dos prazeres em prol de uma experiência mais próxima de Deus.

Em sua homilia, o padre Carlos Augusto Martins disse que os fiéis não podem permitir que este período da Quaresma seja como outro tempo qualquer.

“Temos que encontrar o verdadeiro sentido da Quaresma; que esses 40 dias que nos separam da solenidade do mistério pascal de nosso Senhor não sejam como qualquer outro tempo que vivemos; esta é a oportunidade que o Senhor nos dá; tempo de conversão e de mudança de vida que começa por dentro, quando nos permitimos nos iluminar pelo Espírito; é preciso abrir o coração e a alma”, ensina.

Segundo ele, as três ferramentas que nos ajudam a mudar de vida são oração, penitência e caridade. “A celebração das cinzas é para percebemos nossas fragilidades; não a morte física, mas a morte da nossa alma; é preciso reconhecer que só Deus pode mudar nossa vida; apenas Ele é a fonte de vida eterna; é tempo de nos achegarmos ainda mais ao Senhor porque ele nos espera; sabemos o que precisamos melhorar, onde estamos falhando no nosso dia a dia, mas não basta saber, é preciso colocar nossa fragilidade diante do Senhor e Nele, com Ele e pela ação do seu Espírito  buscarmos a mudança coerente para nossa vida e isso não acontece com um passe de mágica”, comenta.

“Não é porque sairemos da missa com a cabeça cheia de cinzas que agora me tornei um santo, um perfeito, mas porque sairemos daqui com a cabeça cheia de cinzas é que eu preciso reconhecer a fragilidade da minha vida; que eu pereço distante de Deus, pereço me deixando envolver pelas amarras do pecado, eu pereço ignorando o apelo de Deus que me chama pra essa vida nova; eu preciso fazer a minha parte para alcançar uma vida nova; não mudamos para as pessoas e sim para Deus, para a vida eterna; que Deus nos ajude a reconhecer os nossos pecados, buscar o sacramento da penitência para chegar na Páscoa de Cristo ressuscitados; que a virgem santíssima nos ensine a docilidade e ação do Espírito para não perdermos tempo e sermos homens em mulheres mudados”, conclui.

As cinzas são feitas com os ramos bentos do último Domingo de Ramos.