Fuga em Mossoró é evento mais grave da história dos presídios federais, diz corregedor
Os dois fugitivos faziam parte do Comando Vermelho.
O juiz federal Walter Nunes, corregedor do Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde dois presos fugiram nesta quarta-feira (14), disse à Folha de S.Paulo que, "sem dúvidas", esse foi o episódio mais grave da história dos presídios de segurança máxima do país.
Os presidiários Deibson Cabral Nascimento (33) e Rogério da Silva Mendonça (35), que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), participaram de uma rebelião, em julho do ano passado, no Estado do Acre, que terminou com cinco mortos.
Dados do Tribunal de Justiça do Acre revelam que Deibson, que também é conhecido como “Tatu”, responde por crimes de tráfico de drogas, roubo e organização criminosa. Rogério, que é conhecido como “Querubin” responde processos pelos crimes de homicídio qualificado e roubo.
De acordo com o Ministério Público Estadual do Acre (MPAC), ambos foram transferidos para o Rio Grande do Norte após a participação na rebelião que durou mais de 24 horas. Na ação, agentes de segurança feitos reféns e terminaram feridos. Fontes da área da justiça do estado do Acre confirmam que os mortos seriam integrantes de facções rivais – três deles foram decapitados.
Até então, nunca tinha havido registro de fuga, rebelião ou de entrada de materiais ilícitos em penitenciárias de segurança máxima nacional, desde a inauguração do sistema, em 2006. Os dois presos estavam em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde as regras são mais rígidas que as do regime fechado. Nesse tipo de ala há um local para o banho de sol para que os detentos não tenham contato com outros presos.
O sistema penitenciário federal tem a finalidade de combater o crime organizado, isolando as lideranças criminosas e os presos de alta periculosidade. As maiores lideranças do PCC e do Comando Vermelho estão em unidades federais.
O presídio de Mossoró também abriga Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, que foi transferido em janeiro deste ano para a unidade.
Como foi a fuga
Os dois presos que escaparam do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, fugiram às 3h17 da madrugada, apurou a CNN. Os fugitivos escalaram uma das luminárias, tiveram acesso ao teto, cortaram a cerca e pularam, segundo apurações preliminares. Ao contrário da penitenciária de Brasília, o presídio de Mossoró não tem uma muralha para contenção.
Os investigadores trabalham com a possibilidade de falha humana ou cooptação. Isso porque ainda não há respostas sobre como eles atravessaram pelo menos três portas – cela, corredor e pátio – e como burlaram o circuito fechado de câmeras de TV.
O Ministério da Justiça suspeita que uma obra no pátio do Presídio Federal tenha diminuído a segurança da unidade, acarretando a primeira fuga do Sistema Penitenciário Federal. Segundo integrantes do Ministério, por conta da obra, um detector de metais estava desativado e os agentes penitenciários não estavam passando pelo procedimento, então poderia entrar com material que normalmente é proibido.
Fonte: Folha de São Paulo e CNN
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