Ex-funcionários de empresa de pavimentação exigem seus pagamentos atrasados
Foram dispensados 170 colaboradores de Assis e região e 67 do Mato Grosso do Sul
Dezenas de ex-funcionários da Kapa Pavimentação, empresa de infraestrutura especializada em pavimentação com sede em Marília e pátio em Assis, procuraram o site Abordagem para reclamar sobre a falta de pagamento que estão enfrentando há meses.
De acordo com o ex-funcionário, David da Silva, após meses, os ex-funcionários não receberam FGTS, férias, décimo terceiro, proporcional de jornada de serviço, hora extra, enfim nenhum pagamento.
“Só de Assis e região foram mandados embora 170 colaboradores; no Mato Grosso do Sul foram 67; infelizmente a empresa não entrou em contato com ninguém; prometeram que parcelariam os pagamentos em 8 ou 12 vezes, mas não cumpriram; a Kapa não está nos pagando, mas o dono está construindo uma mansão; o pior de tudo é que saímos com uma mão na frente e outra atrás”, lamenta.
“Praticamente trabalhamos de graça; os 45% do FGTS não foi pago; o acerto não foi feito, décimo terceiro, nada, nada, nada; porque não paga a gente com o dinheiro da mansão dele; tem gente passando necessidade; pais de família; ficamos sabendo que eles estão prestando serviço para a Cart da Raposo Tavares de Ourinhos até Regente Feijó; se estão trabalhando cadê o dinheiro para pagar o pessoal;
Segundo ele, a própria secretária da empresa orienta os funcionários a entrarem na justiça. “Os ex-funcionários ligam lá desesperados para receber e são orientados a se virarem e procurarem a justiça; temos que arrumar outro serviço, é claro, mas temos que procurar a justiça caso a empresa decrete falência; o dono quer isso para não ter que pagar ninguém, mas ele mesmo foi para o exterior no final do ano; é revoltante, porque nós juntamos todo o pessoal para comprar arroz, feijão e demais alimentos aos que estão precisando, porque não vamos deixar um companheiro que tem família, filhos, passar necessidade”, diz.
José Carlos Gomes Juliano, dono de uma Rotisseria, em Araraquara, conta que durante alguns meses prestou serviço para empresa oferecendo almoço, café da manhã e jantar para os funcionários, emitia nota fiscal com data de pagamento e até hoje também não recebeu por nada.
“Esta empresa veio para cidade e deu um calote em vários empresários; não pagou ninguém; a gente liga para o financeiro, para a gerente e ninguém te dá menor atenção, sendo que quando precisava ligava e a gente na hora socorria; não dão a menor satisfação e nem atenção; nada; nós que somos pequenos sofremos muito com estes calotes; a empresa é milionária, o dono construindo mansões e a gente liga eles não atendem; não falam nem que vão pagar um pouco por mês; empresa sem índole e sem moral nenhuma; uma empresa que vive de calote; dá um tombo nos pequenos de toda a região; uma empresa movida a ferrar com a vida das pessoas”, desabafa.
Por sua vez, Fernando Henrique dos Santos, encarregado da região do Mato Grosso, onde liderava uma equipe de 16 colaboradores em Rosário Oeste e 48 em Rondonópolis, relata que a rescisão de contrato foi realizada em agosto de 2023 e que enfrentam os mesmos problemas com os pagamentos.
“Ninguém recebeu nada; estamos neste impasse; pais de família que atenderam a empresa, se dedicaram, deram seu melhor e infelizmente hoje se encontram nesta situação lamentável; o colaborador vestiu a camisa da empresa, teve um compromisso, mas a empresa demonstrou uma conduta de não honestidade com o colaborar que atendeu e fez ela ganhar dinheiro; até hoje tem pais de famílias necessitados precisando do seu acerto; o pai de família mais uma vez é vítima da empresa Kapa Pavimentação por conta de não contribuir com o tributos que favorecem ao colaborador; chato o nível que chegou; a empresa não demonstrou nenhum valor no suor, não é nem no sangue, no suor derramado por estes pais de famílias vitimados aqui no Mato Grosso”; conclui.
Em nota a empresa explicou que devido à crise empresarial experimentada pelo Grupo Kapa, foi solicitado um pedido de recuperação judicial e, por conseguinte, todos os credores existentes até a data do pedido serão pagos conforme o plano de recuperação apresentado dentro do prazo estabelecido pelo Juízo Recuperacional.
É importante observar que, segundo a Lei 11.101/05, os credores concursais, incluindo os trabalhistas e fornecedores, não podem receber pagamento antes da aprovação do plano em uma assembleia geral de credores de acordo com a legislação.
Fonte: Redação - Fotos cedidas pelos funcionários
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