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GERAL • 18/10/2016

Menino de 13 anos morre em SP após se asfixiar durante desafio online

Mortes de adolescentes que se envolveram nessa

Menino de 13 anos morre em SP após se asfixiar durante desafio online

O jovem Gustavo Riveiros Detter, de 13 anos, morreu neste domingo (16), em um hospital de Santos (SP), de complicações decorrentes de um enforcamento. Há suspeitas de que o menino tenha se asfixiado durante um desafio chamado "brincadeira do desmaio", informou Marco Riveiros, tio do garoto, em entrevista a uma emissora de TV local.

Gustavo estava na casa do pai, em São Vicente, e foi encontrado enforcado no quarto em frente ao computador. De acordo com a polícia, as cenas do enforcamento teriam sido transmitidas para amigos do adolescente por webcam.

Segundo a Polícia Civil de São Vicente, Gustavo estava jogando sozinho no computador do quarto do pai, mas conversava online com outras crianças. Ao notar a ausência de Gustavo na conversa e na câmera por algum tempo, um deles ligou para a prima do garoto, que estava no quarto ao lado. Ela o encontrou enforcado com o próprio cinto.

Ele foi levado ainda com vida a um pronto-socorro em São Vicente, mas depois foi transferido para o hospital Ana Costa, em Santos, onde morreu.

Ainda segundo a polícia, Gustavo não tinha antecedentes de depressão ou de outros problemas psicológicos.

O "choking game", como é chamada a prática do desmaio provocado em um jogo de desafio, pode ter sido a causa, de acordo com o tio do garoto. "Estão vendendo morte encapsulada em vídeos. Essa meninada não tem a menor condição de fazer juízo de valor disso", disse em entrevista à TV Tribuna.

O boletim de ocorrência foi registrado na 7ª DP de Santos, mas será investigado pela Polícia Civil de São Vicente.

Risco para jovens

Possível causa da morte de Gustavo, a "brincadeira do desmaio" não é uma prática nova, mas tem preocupado pais, professores e médicos por conta de sua disseminação pelas redes sociais.

Casos de mortes de adolescentes que se envolveram nessa "brincadeira" já foram registrados em vários países. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, entre os anos de 1995 e 2007, pelo menos, 82 crianças e adolescentes, com idades entre seis e 19 anos, morreram no país por causa da prática.

Na França, desde 2000, existe uma associação de pais de vítimas de acidentes por estrangulamento, a APEAS (sigla do nome em francês, Association de Parents d'Enfants Accidentés par Strangulation), que registra uma média de dez mortes por ano. Lá o fenômeno é conhecido como "Jeu du Foulard" ("jogo do lenço"), pois a prática mais popular naquele país consiste em um estrangulamento com o uso de um laço em torno do pescoço.

Segundo a psicóloga Vera Zimmermann, coordenadora do Centro de Referência da Infância e Adolescência da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), é comum no adolescente a necessidade de medir limites, o que explicaria o crescimento da prática.

"Diante das mudanças pela qual está passando, saindo da infância e se dirigindo à vida adulta, é importante para o jovem provar quem é e do que é capaz. A sociedade, hoje, tem poucos rituais de passagem e, para desenvolver a autoestima, ele precisa de situações que lhe darão a certeza de sua capacidade", diz Vera.

Fonte e foto - Uol




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